Seres míticos
A bruxa da aldeia
Esse é um conto que meu avô contava para os netos, ainda nenos.
Certa vez, olhando pela janela da sua casa, que ficava no final da rúa diante de uma pequena lomba, ele avistou no final da rúa uma pessoa. Ela vinha andando em linha reta pelo meio da rúa. Sem nenhum desvio, seguia diretamente em linha reta para sua casa.
Na medida que se aproxima, meu avô percebeu que era uma mulher. Uma senhora. Trajava vestigo negro e lenço na cabeça.
Se aproximava, lentamente. Sempre em linha reta.
Quando estava bem perto, meu avô, que na época era um ninõ, ficou apavorado, pois a imagem não era nada boa. Mas ele não arredou pé. Ficou parado na janela. Sozinho.
A velha foi se aproximando até ficar rente a janela.
Era uma bruxa.
Ele gritou ¡Jesus, Nossa Senhora! E tirou os olhos da janela.
O vulto virou-se e continuou seu caminho. Sempre em linha reta. Se afastou
Nota:
Os netos do informante non poden asegurar o lugar exacto onde ocorreron os feitos; se cando criança, en San Amaro (Ourense), se cando adulto, xa residindo no Brasil. En todo caso, o que ele viu está ligado ao seu passado galego no povoado de Cruz dos Montes, San Amaro (Ourense).
O nome do meu avô é Jose Maria Conde Plácias, nasceu no dia 24 de junho, não sei direito o ano, mas fica entre 1910 a 1914. Falecido no Brasil em 1993.
[Texto de Romyr Conde García, residente en Cáceres, Mato Grosso, Brasil]
Ilustración de Noemí López.